Marketing - A Crise
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Uma palavra que me marca desde que nasci, é a palavra crise, a minha mãe em vez de me chamar Narciso até estava para chamar-me Crise, dado esta estar tão em moda, mas como pensava que era só isso moda e que iria desaparecer, optou por me chamar o que me chamo hoje, um nome muito em moda de facto…
E assim cresci com a crise…
Comecei a sair para as noitadas com os meus amigos por volta dos meus 15 anos, e começamos a frequentar uma Roulote que fazia umas bifanas e uns hambúrgueres fantásticos, em que um gajo comia e a gordura escorria pelos beiços abaixo, a dita Roulote estava situada em plena Nacional 13, em Mindelo, todos que vinham das discotecas e bares do Porto paravam naquele local para se deliciar.
Nós em conversa com o Senhor lá perguntávamos qual era o segredo dos ditos petiscos serem tão bons, e ele lá dizia que o pão era de qualidade feito só para ele, as carnes eram oriundas de casa, gado que ele cuidava, alimentava e acarinhava e que no final davam aquele sabor.
Outra coisa que o Senhor Prezava era a comunicação e o atendimento que nos dava, sem nunca perder a compostura, mesmo nós muitas vezes não estando compostos, devido ao “excesso de cansaço”. Mas o que era certo é que a clientela ia aumentando, pois no final da Disco lá comentávamos entre nós: “então vamos á bifana” e começamos a espalhar pelas discos e bares onde íamos no final de cada noite.
Em 1997 surge a “Crise Asiática” que iria afectar o mundo como o conhecemos, sim parecia que iria acontecer um apocalipse zombie ou uma invasão alienígena, mesmo neste clima de incerteza continuámos a frequentar a Roulote um ritual que tínhamos.
Mas começamos a notar que o sabor não era mais o mesmo, o escorrer da gordura já não tinha o brilho de outros tempos… O Senhor parecia mais preocupado e não entrava nas brincadeiras connosco, lá perguntamos: “que se passa?” Ele lá respondeu que era a crise e que para não aumentar os preços teve que comprar pão comum, e a carne era comprada num matadouro qualquer, e com isto perdeu a clientela toda, pois não era a mesma coisa…
O Marketing que este senhor tinha era o seu bem mais importante. O Marketing era fundamental para o negócio. E ele tinha tudo que o Marketing pede, os denominados 4P´s.
Promoção: Era excelente pois cativou um monte de pessoas a se dirigir e fazer aquele ritual todas as noites.
Preço: Como o produto era de qualidade o preço estava ajustado ao mesmo.
Produto: O produto tinha viabilidade e interessava a um certo número de pessoas.
Distribuição: Estava excelentemente posicionado numa estrada com imenso movimento.
Acima de tudo tinha uma excelente interacção Pessoal com os seus “putos” / clientes.
A crise existiu e sempre irá existir e vai passar, dando lugar a outra, desta forma não pode fazer com que as empresas desanimem, nem deixe influenciar o espírito criativo e inovador das empresas, pois em tempos de crise é onde emergem os excelente negócios, temos é que ter planos de contingência para a superar.
Vamos esquecer a crise e dar espaço para as novas perspectivas e desafios pessoais e empresariais.
Agora pergunto onde diabo posso ir comer uma bifada e uma hamburger como antigamente que já está a dar uma larica…