Marketing - O Fenómeno Trump
Já vi que todos os destaques do sapo deixaram de colocar posts sobre o Trump, já vi que a maioria dos Blogs já “partiu para outra” tipo o aniversário do nosso Presidente
Já vi que todos os destaques do sapo deixaram de colocar posts sobre o Trump, já vi que a maioria dos Blogs já “partiu para outra”… E quando todos deixam de falar dos temas já passados, entro eu em acção, ok com 2 semanas de atraso, mas sempre a tempo de mandar os meus bitaites.
Então como é que uma “estrela” de um “Sur” Reality Show, (pois acho que ainda estamos numa fase de surrealismo puro e a digerir isto que aconteceu) GANHA as eleições do Tio Sam? Como é que uma pessoa tão… tão… consegue 59 milhões de votos? Como é que com tanta constatação, com todo um bando de famosos contra, consegue GANHAR?
A resposta não é tão simples, mas um ingrediente é certo: Marketing.
Quando todos pensavam que o Trump nem iria passar as primárias do seu partido eis que ele consegue, quando Hillary pensa “isto está no papo” eis que o tiro lhe sai pela culatra.
O mercado não é um jogo em que um tem que perder para o outro conquistar a vitória, como nas eleições presidenciais, mas no final, o objetivo é o mesmo: Ganhar.
Poderia-se aqui aplicar a máxima de Maquiavel: “os fins justificam os meios” e foi o que o Trump fez, incendiou tudo e todos, discursos machista e homofónicos que no final lhe deram o que qualquer candidato que, a VITÓRIA!
O que é que o Trump fez, o que melhor sabe fazer, discursos incendiários, promessas controversas, atacar tudo e todos, pois sabia que tudo que dizia e fazia iria ser notícia, e ele durante 1 ano foi noticia 7 dias por semana, 24 horas por dia, quer em jornais, quer em programas de comédia, etc… Qual a regra da publicidade? É aparecer e ser repetitiva até entrar na nossa moleirinha, ele seguiu essa máxima, bateu, bateu, e bateu até que a pedra, ou melhor 59 milhões de pedras cederam.
Além de usar todas as ferramentas de publicidade ao seu dispor (Twitter) e TV teve também a ideia de criar um slogan que todos os americanos gostam de ouvir: “Make America Great Again”, este slogan faz com que os eleitores não se esqueçam da crise que o mundo está a sofrer e tenta fazer com que estes busquem nas suas memórias uma América afectiva dos bons velhos tempos, tipo “no nosso tempo é que era…”
O Trump consegue fazer dos emigrantes inimigos comuns da América, consegue inflamar mais os ânimos dizendo que quer construir “um Muro” dizendo que os mexicanos são todos violadores e traficantes gerando nos eleitores um voto de medo e de raiva…
No fim das contas, toda essa emocionalidade e controvérsia gera muita repercussão, tanto entre eleitores quanto na imprensa. É o famoso “falem mal, mas falem de mim” e neste caso tanto mal falaram que no final resultou, GANHOU!
O que fez a Hillary, deixou andar, manteve sempre a mesma postura, não mudou nada em relação ao adversário (afinal eram favas contadas) sempre com o mesmo discurso entediante, que fazia um hiperactivo adormecer, fez com que os seu eleitores não fossem às urnas (pois pensavam que estava ganho) e afinal perderam.
Se olharmos ambos em conceito de marca, temos a marca Trump, agressiva com discursos inflamatórios sabendo que grande parte do USA são pessoas rurais, xenófobas, pois até ao final da década de 70 muito se mataram devido à cor da pele, sim o tipo de marca que busca consumidores em todo o lado, e por outro lado temos a Hillary como uma marca Premium que está no seu poleiro, com a facturação boa, sem se preocupar em crescer mais e procurar facturar mais ainda.
As marcas agressivas tendem a conseguir num curto espaço de tempo ter um elevado nível de vendas no imediato, enquanto as marcas premium, sabem que no curto, médio e longo prazo continuarão a vender. As eleições foram no curto prazo por isso o Trump ganhou.
Convém lembrar que os USA ocupam o lugar nº5 dos países mais ignorantes do mundo. isto também ajuda a ganhar votos com o discurso / comunicação correcta…
Não quero com isto dizer que a sua marca deva assumir um posicionamento xenófobo ou preconceituoso simplesmente para gerar média espontânea. Aliás, NUNCA FAÇAM ISTO.
Seu maior trunfo (Trump) é precisamente resgatar uma certa autenticidade perdida no teatro da política profissional, esqueceu o politicamente correcto para passar a dizer tudo o que lhe vinha à cabeça, passando a ser motivo de chacota devido ás muitas gaffes que lhe saída pela boca fora e uma vez mais lá iam as mesmas parar aos média…
O Trump não ganhou as eleições, a Hillary é que as perdeu, pois não quis saber do bate boca, da conversa ordinária, não quis entrar no jogo, pois achava-se superior e que isso bastava para se tornar a Primeira Mulher Presidente dos States, e perdeu por isso, porque os seus eleitores não foram ás urnas.
E agora?
Estou a ver muito políticos teóricos, muitos livros e matéria que se dá nas universidades a serem mudados porque de facto o que ele fez, não aparecem em livro algum. Muitas teorias políticas defendidas com unhas e dentes a cair por terra, muitas bíblias sagradas da política a ganhar pó nas prateleiras das universidades, pois ele rompeu com todos os paradigmas existentes.
Para o bem ou para o mal, alterou o curso da história e irá para sempre marcá-la, depois de ter criado aquela que pode ser considerada a melhor campanha de marketing de sempre…
E nós aqui, no nosso cantinho, Portugal estupefactos a pensar no que aconteceu, muitos a pensar se aconteceu outros como eu a dizer, E AGORA?