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Mishmash Marketing

Basicamente é "uma mixórdia de temáticas" de Marketing!

Mishmash Marketing

Basicamente é "uma mixórdia de temáticas" de Marketing!

Marketing - Ensino Superior

O Ensino Superior em Portugal anda pelas “ruas da amargura”, ou melhor o ensino em geral em Portugal não anda nada famoso, relembro que comecei a minha escola primária há 30 anos atrás e de facto era para algo ter mudado e melhorado, mas acho que isto do ensino, tem é vindo a piorar, basta ver os rankings da escola pública e os dados não são muito famosos… Mas adiante…

Não bastando o nível do ensino estar a piorar com constantes mudanças, pois cada vez que mudam o Ministério da Educação, mudam tudo no ensino, mais o facto de cada vez termos menos alunos pois chegam no final da escolaridade obrigatória, queimam os livros e tentam fazer-se à vida, mais o facto que a taxa de natalidade estar cada vez mais diminuta, o que também não abona muito para as escolas, pois implica menos alunos… Esta fórmula do ensino nos dias que correm é “sempre a diminuir”; menos alunos, menos qualidade do mesmo, programas que “não lembram ao diabo” enfim, uma panóplia de ingredientes que nos faz crer que isto não irá acabar bem. Também lá diz o ditado, “Pau que nasce torto”….

Basicamente com o acima exposto quero dizer que as Universidades com menos alunos, recebem menos dinheiro, e tentam por portas e travessas atrair alunos. Basicamente não há dinheiro, basicamente o que ensinam não está adequado ao que o mercado procura, logo a questão que se levanta para quê tirar um curso, que em nada nos prepara para o Mercado / Selva do trabalho?

A culpa deve ser minha, pois vejo se calhar o “dark side” em tudo mas basicamente olhando para os canudos não vejo o que aproveitei das inúmeras cadeiras que tive… Ei mas sou Eu…

Passava o ano 2000, quando entro na Universidade do Minho, não que eu quisesse ir para a faculdade, mas as opções que tinha, basicamente me empurrava para a faculdade:

1º opção - Ir para Pescador (sem menosprezar, pois a minha família é toda de pescadores)

2ª opção - Ir para repositor de uma qualquer superfície comercial, mas os amigos estavam todos na Universidade (pois chumbei no 10º ano, e eles entraram 1 ano antes de mim)

3º opção - Ficar sem namorada, pois ela estava com os meus amigos na faculdade.

Tudo me empurrava para ir para a faculdade e lá fui eu ao Porto fazer a candidatura, sem os meus pais saberem. Chego à parte de cursos para me candidatar e quais faculdades, tinha que escolher 6. Claro está, 6 qualquer cursos, desde que sejam em Braga onde estão os Amigos e a Namorada.

Lá entro na primeira escolha, coincidências à parte, no mesmo curso da Namorada, eu Caloiro ela no segundo ano. Ainda me recordo da primeira aula que assisti; Epistemologia e Metodologia das Ciências Sociais, penso logo com um nome destes, isto deve ser uma cadeira fantástica. Entro no anfiteatro e sento-me numa cadeira com uma sala cheia de colegas, o professor chega e começa a fazer ditado. Sim ditado, imaginem 3 horas sentado numa cadeira a fazer ditados, penso porra regressei para a primária para fazer ditados, mas estes são longos… Os colegas com 3 canetas em cima da mesa, não vai alguma falhar, ter uma de recurso não é má ideia… Saio da aula, com uma dor no braço impressionante e pergunto a namorada se aquilo era algum tipo de praxe? Aula fantasma? Ela prontamente me diz NÂO: “Vai ser assim o semestre todo…” Shit.

As cadeiras mais interessantes para mim eram todas as que envolviam matemática, tudo que era teórico eu perguntava, para quê que isto serve?

Penso logo, aulas teóricas não coloco os pés, cravo um caderno a um geek que não perde uma aula para fotocopiar e estudo isto em casa e vou somente ás aulas práticas. Termina o primeiro ano e la me safo com 10 ou 11 as cadeiras todas.

Segundo ano e a treta continua, e penso seriamente em suicido pois eram 4 anos inteiros daquela treta, mas valha-nos o Enterro da Gata, as noitadas com os Amigos, a Copofonia, basicamente a parte do Marketing Relacional.

Em 2004 termino o curso e penso que devo ter aproveitado das cadeiras todas uns 30% os restantes 70% LIXO.

Chego ao meu primeiro emprego e de facto, o que pensava traduz-se em realidade, o que aprendi na faculdade não se aplicava ao mundo laboral, mas o Ser Humano adapta-se e aprende, eu não devo ser humano, pois sou lírico e utópico pois em 2008 penso em tirar um Mestrado em Gestão de Marketing.

Sou mais maduro, sou mais velho, sei o que quero para o futuro, estou no Instituto mais prestigiado de Marketing de Portugal e isto vai ser deveras prometedor e vai ajudar-me a fortalecer a minha carreira académica e pos ajudante a minha carreira profissional, mas… Uma vez mais ERRADO!

O raio do mestrado era mais do mesmo, aliás metade das cadeiras tive-as na licenciatura, se na licenciatura ainda aproveitei 30%, no mestrado deve ter rondado os 15% (pois aqui não havia vida boémia) o que tornava o processo de mestrado mais doloroso.

Por fim penso, perdido por 100 perdido por 1000, deixa lá tirar um Doutoramento, lá me escrevo em Marketing e Estratégia na Universidade do Minho, Aveiro e Beira Interior e basicamente foi terrível, pois aqui não poderia faltar ás aulas e tive que gramar com aquilo tudo. Eu perguntava se os professores acreditavam no que estavam a dizer, perguntava em que mundo eles vivem, cheguei a perguntar á minha professora de Marketing e Ética se ela conseguiria abrir uma empresa se colocasse em prática toda a ética que me estava a debitar? Levei com um “Mau Olhado” e com uma negativa. Não tendo aprendido com esta professora, pergunto ao meu professor de Inovação e Empreendedorismo se ele foi Empreendedor alguma vez na vida, novamente recebo o “Eu é que sei” e um chumbo novamente.

Penso para comigo é melhor ficar caladinho como os demais senão os 3.500€ por ano, durante 5 anos, irão se transformar em 3.500€ por ano em 10 anos. Sim as propinas eram este valor…

Mas ao ver o panorama do curso, penso, deixa-me colocar a andar daqui para fora, e lá me inscrevi este ano para terminar a tese em Espanha, e por incrível que pareça as propinas passam de 3.500€ para 200€ / ano.

No doutoramento acho que irei aproveitar 5% do mesmo, que equivale ao diploma, nada mais que isso.

Conforme disse o problema devo ser eu…

Neste contexto, o futuro do Ensino Superior em Portugal dependerá enormemente da capacidade das instituições para assumirem estratégias competitivas, detectarem novos segmentos de mercado, procurarem alternativas de financiamento, encontrarem novas formas de relacionamento com o tecido sócio económico, reverem os cursos existentes e/ou criarem novos cursos e promoverem eficazmente os seus serviços, educacionais e outros. Resumidamente, poder-se-á afirmar que as instituições de Ensino Superior necessitam desenvolver soluções organizacionais que lhes possibilitem enfrentar, com sucesso, os desafios com que se confrontam.

Se as instituições não mudarem certos programas curriculares, não adequarem os cursos á realidade económica do Mundo, não criarem novos cursos, por exemplo virados para a Era Digital, se não reformularem o seu corpo docente e voltarem a ter professores em vez de teóricos publicadores de artigos em revistas, não existirá estratégia de Marketing nenhuma que trará os alunos de volta para as universidades, pois além do canudo o valor acrescentado é quase Nulo.

Termino com uma troca de email entre mim e um ex professor:

“Felicidades para a fase final do doutoramento !   Tens razão, muitos dos teóricos doutorados não têm noção das realidades, estão, na verdade, desactualizados no conhecimento porque têm uma cultura livresca em fontes já ultrapassadas, etc. E, em especial em domínios como a gestão, em que é impossível ensinar realmente se nunca se praticou, com frequência não estão sequer preparados para ensinar. Mas não têm consciência disso. Mas, mesmo que, em substância, não represente tanto como poderia, acabares o doutoramento pode vir a ser uma vantagem. Mesmo que o que sabes e venhas a saber não tenha sido aprendido com o doutoramento.”

NS